Poucos dias após declarar que é importante ter coerência em relação a um possível apoio a candidatura do aliado Carlos Fávaro (PSD) na eleição suplementar para o Senado, o governador Mauro Mendes (DEM) pode ter uma atitude incoerente com a entrada de seu amigo pessoal e vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) na briga pela vaga que será deixada em breve pela senadora cassada Selma Arruda (PODE).
Inimigo político declarado de Fávaro desde o tempo em que ambos, em grupos políticos diferentes disputavam a prefeitura de Lucas do Rio Verde, Pivetta, ao que tudo indica, entrou de vez na disputa e deve ganhar o apoio do governador, em reconhecimento a tudo que o vice fez por ele em 2018, quando ambos foram eleitos com quase 60% dos votos da população mato-grossense.
A coerência de Mendes deve ser barrada no fato de Pivetta ter sido o segundo maior doador de sua campanha, com quatro transferências que totalizam R$ 867 mil, perdendo apenas para o partido Democratas, que investiu R$ 2 milhões.
Já Fávaro, que ficou em terceiro lugar na eleição do ano passado e não conseguiu a imediata diplomação no processo que resultou na cassação de Selma Arruda, mesmo com a contratação milionária do ex-ministro da Justiça Eduardo Cardoso para fazer sua defesa, deve morrer na praia depois de ter nadado tanto, pelo menos no que se refere ao apoio do Governo do Estado e de outros aliados.
Pivetta, apesar de não ter anunciado oficialmente sua candidatura, já vem desde o início do mês de dezembro articulando com a Executiva Nacional de seu partido e com o meio político mato-grossense para ser o principal candidato à vaga da Selma.
Nos últimos dias, o vice-governador entrou em contato com o ex-senador Cidinho Santos (PL) para convidá-lo para compor sua chapa na eleição suplementar que deve acontecer já no primeiro semestre de 2020.
O Pedetista, que estava distante dos holofotes e das discussões partidárias desde o início da gestão de Mauro Mendes, já mudou o comportamento e passou a reaparecer em eventos oficiais. No ano passado ele declarou quase R$ 380 milhões em bens e apareceu como o quarto candidato mais rico do Brasil.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já publicou a cassação de Selma Arruda, que deve deixar Brasília (DF) após o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) oficializar a determinação após o recesso.