A Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá se manifestou pela manutenção da prisão do cabo Roney Petterson Silva Faria e dos soldados João Batista dos Santos e Valdir Maria do Nascimento, juntamente com Samuel da Silva Pedroso e Jackson de Almeida Pereira, todos suspeitos de plano de roubo contra a presidente licenciada do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso (Sinpol-MT), Edleusa Mesquita, que foi candidata ao cargo de vereadora em Cuiabá.
No despacho, o promotor de justiça Marcos Bulhões dos Santos argumentou que na posse e ao alcance deles, foram encontradas fardas da polícia civil, sem que eles sejam policiais civis, configurando, assim, o delito do art. 46, da Lei nº 3688/41.
Também foram encontrados coletes balísticos de propriedade da corporação militar, sem que tivessem qualquer tipo de autorização, fato que configura o delito de peculato (art. 312, do CP), bem como estavam portando arma de fogo, cometendo, ainda, tais crimes de forma associada, inclusive, em contexto de organização paramilitar, incidindo, assim, na prática do delito de constituição de milícia privada.
Eles foram presos em flagrante na madrugada do dia 12, após a equipe da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) checar uma denúncia de que poderia haver um roubo no comitê, na madrugada da última quinta-feira.
O Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso (Sinpol/MT) inclusive emitiu nota cobrando providências da Gerência de Combate ao Crime Organizado- GCCO para esclarecimento dos fatos.
Aos militares foram imputados os crimes de formação de quadrilha, receptação e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. Já a Jackson e Samuel, além destes crimes, também foi imputado o crime de uso ilegítimo de uniforme ou distintivo.
O delegado Flávio Henrique Stringueta, coordenador da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), afirmou que a investigação sobre a tentativa de ataque ao comitê eleitoral da candidata não deve ficar a cargo da Polícia Civil. O delegado também explicou que como o crime no comitê não chegou a ser executado, a candidata ainda não é considerada vítima. O caso poderá ser apurado pela Polícia Federal, caso haja indícios de crime eleitoral, como é o caso de atentados a candidatos.
Veja a nota do Sinpol:
O Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso torna público a indignação e repúdio ao suposto plano de roubo no comitê da candidata à vereadora Edleusa Mesquita. Como se sabe, Edleusa é investigadora de polícia e vem trabalhando com propostas e serviços prestados, não fazendo uso de dinheiro no seu comitê, toda sua campanha está no site do TRE. O presidente do Sindicato em exercício Glaucio Castañon está cobrando providências da Gerência de Combate ao Crime Organizado- GCCO para que se esclareça, se era roubo ou uma armação para executar a candidata que é Presidente do Sindicato dos Investigadores Licenciada.