A Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente encerrou nessa quinta-feira (7) o inquérito que investigou a morte da menina Mirela Poliane, de 11 anos. Jaira Gonçalves, de 42 anos, responderá por homicídio qualificado.
O delegado pediu o indiciamento da madrasta que está presa em Cuiabá desde setembro. De acordo com a polícia, Jaira colocava doses de veneno na comida da menina, que morreu em junho deste ano.
Uma substância de venda proibida foi ministrada gota a gota, entre abril e junho deste ano, de acordo com a Deddica. A operação que prendeu Jaira recebeu o nome do conto de fadas "Branca de Neve".
Segundo a polícia, ela queria ficar com uma indenização de R$ 800 mil que Mirela recebeu como indenização por erro médico do hospital em que nasceu. A mãe da menina morreu durante o parto dela.
O inquérito concluiu que o pai de Mirela não teve participação no crime.
Madrasta foi presa suspeita de matar criança de 11 anos envenenada em Cuiabá para ter herança de R$ 800 mil — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso/Divulgação
Motivação
A menina tinha direito a uma indenização pela morte da mãe durante o parto, decorrente de erro médico em um hospital da capital. A ação foi movida pelos avós maternos da criança. Em 2019, após 10 anos, o processo foi encerrado, e o hospital foi condenado a pagar uma indenização de R$ 800 mil à família, já descontando os honorários advocatícios.
Parte do dinheiro ficaria depositada em uma conta para a menina movimentar na idade adulta. A Justiça autorizou que fosse usada uma pequena parte desse fundo para despesas da criança, mas a maior quantia só poderia ser acessada aos 24 anos.
Mirella foi criada pelos avós paternos até 2017. Entretanto, após a morte deles, passou a ser criada pelo pai e pela madrasta. A partir daí, a mulher deu início ao plano de matar a criança para ficar com a indenização, segundo investigadores.
Internações
Do final do ano passado até a morte, Mirella foi internada várias vezes. No total, foram nove entradas em um hospital particular de Cuiabá, onde ficava de três a sete dias e, depois, melhorava. Ao retornar para casa, ela voltava a adoecer.
Ela recebia diagnósticos de infecção, pneumonia e até meningite. Na última vez em que foi parar no hospital, a menina já chegou morta