O juiz da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, negou a revogação das medidas cautelares de membros de duas organizações criminosas que atuavam no jogo do bicho em Mato Grosso. A decisão foi publicada pelo Poder Judiciário na última segunda-feira (2).
Apesar do processo estar em segredo de Justiça, é possível identificar os réus da ação, derivada da operação “Mantus”, deflagrada no mês de maio de 2019 pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
As medidas cautelares são restrições à liberdade - como a obrigação de permenecer dentro da própria residência no período noturno, por exemplo -, e atinge os réus Adelmo Ferreira Lopes, Marcelo Gomes Honorato, Haroldo Clementino Souza, Mariano Oliveira da Silva, Augusto Matias Cruz, Glaison Roberto Almeida da Cruz, Patrícia Moreira Santana, José Carlos de Freitas, Werechi Maganha dos Santos, Paulo Cesar Martins, Breno Cesar Martins, Agnaldo Gomes de Azevedo, Edson Nobuo Yabumoto, Indinéia Moraes Silva e Kátia Mara Ferreira Dorileo.
O líder de uma das organizações criminosas que são alvo da operação “Mantus” – ELLO/FMC -, Frederico Muller Coutinho, também teve o pedido negado pelo juiz da 7ª Vara Criminal do TJ-MT. João Arcanjo Ribeiro, apontado como líder da “Colibri” (a 2ª organização criminosa alvo da “Mantus”), também deve continuar cumprindo as medidas cautelares. Entre as medidas está o uso de tornozeleiras eletrônicas.
No mesmo despacho do juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, há a solicitação para que Edson Nobuo Yabumoto apresente sua carteira de trabalho e seu Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), como guia turístico. A exigência é necessária para que Nobuo possa trabalhar em sua área.
De acordo com as investigações, ele é apontado como o “arrecadador” de dinheiro proveniente do “Jogo do Bicho” na região de Tangará da Serra (243 KM de Cuiabá), e estaria ligado à ELLO/FMC. “Intime-se a Defesa do réu Edson Nobuo Yabumoto para apresentar a cópia da carteira de trabalho que comprove o exercício de guia turístico, bem como, a cópia do cadastro no Cadastur - Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos”.
MANTUS
Na manhã do dia 29 de maio de 2019, a Polícia Judiciária Civil (PJC) deflagrou a operação “Mantus”, que prendeu o bicheiro João Arcanjo Ribeiro e outras 31 pessoas em Cuiabá. Em sua residência, os agentes de segurança encontraram R$ 200 mil em dinheiro vivo.
De acordo com as investigações, duas organizações criminosas – que utilizavam, inclusive, práticas de sequestro e tortura contra seus adversários -, atuavam no Jogo do Bicho em Mato Grosso. Uma delas era liderada por João Arcanjo Ribeiro. A outra, tinha como líder o empresário, e também “Comendador”, Frederico Muller Coutinho. Assim como seu concorrente, Coutinho foi preso pelos policiais da PJC que atuam na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
A PJC também informou que, apenas no período de 1 ano, as duas organizações movimentaram em contas bancárias cerca de R$ 20 milhões – excluindo os valores que circularam em dinheiro vivo.
João Arcanjo Ribeiro chegou a ser preso na operação mais foi solto no fim de setembro deste ano.