Regina Botelho
Da Redação
A Arena Pantanal, em Cuiabá, é a única arena do Brasil que não é multiuso, um verdadeiro elefante branco. Inaugurada em 2014, a estrutura tem mal uso para a finalidade que foi projetada. Cinco anos se passaram desde que Cuiabá recebeu os jogos da Copa do Mundo de 2014.
Após os jogos, o espaço do entorno da Arena Pantanal é aproveitado apenas para atividades de lazer, exercícios físicos e comércio. Instalada em uma área de 300 mil metros quadrados, a Arena foi palco de apenas quatro partidas do Mundial e projetada para receber não apenas as partidas, mas também eventos de pequenos portes são realizados.
Entre os problemas está a falta de limpeza no entorno. O lixo se acumula em volta do espaço construído para a Copa do Mundo em 2014 que custou mais de R$ 600 milhões. “Pelo valor gasto no local não tem utilidade para que foi criado. Um verdadeiro absurdo e abuso com o dinheiro público”, lamenta Aldenauer Caixeta.
A falta de planejamento é evidente na concepção do dentista Maurício Dini. Ele pontua que o ideal seria que a Arena fosse construída exatamente onde está o COT do Pari. “Seria perfeito para o deslocamento do aeroporto e demais regiões. Mas não aceitariam que a obra fosse edificada em Várzea Grande”. A professora de educação física Sônia de Oliveira está preocupada com a falta de manutenção e o abandono da estrutura construída para a Copa do Mundo de 2014, em Cuiabá. Segundo a manicure Fabiana Aquino, o espaço já foi mais limpo e ofereceu melhores condições. “Não tem banheiro, a calçada já está começando a deteriorar. Precisa de reformas em outros pontos também. Foi construído, mas foi largado”, lamentou.
Obra
A Arena já custou mais de R$ 500 milhões ao governo e segue sem prazo de conclusão. Além dos jogos da Copa, o estádio foi palco de uma série de partidas de futebol americano, do Campeonato Mato-grossense de Futebol e de eventos artísticos e culturais diversos. Quando o estádio começou a ser construído, em maio de 2010, o custo inicial da obra era de R$ 395 milhões.
Melhor utilização
Preocupado com a má utilização do espaço, o governador Mauro Mendes fez uma visita técnica na Arena Pantanal e conheceu a realidade do local. Ele percorreu durante os corredores e a parte externa da Arena, e destacou que o espaço precisa ser melhor utilizado para sua existência, sendo preservado como espaço e palco do futebol. “É um espaço que foi feito um investimento de mais de R$ 600 milhões para a sua construção e ele precisa ser melhor utilizado. Ele é muito amplo, tem muitos espaços que não são utilizados ou são subutilizados. É necessário repotencializar o local, sem deixar de lado a vocação de ser o espaço do futebol”.
Entre as decisões que já foram tomadas está de levar a Secretaria de Estado de Esporte, Cultura e Lazer para dentro da Arena, que atualmente já tem a Escola Arena em suas dependências. Um estudo já teve inicio para ver a viabilidade de se levar o 10º Batalhão para dentro da Arena.
“Ele deve parar de pagar aluguel, já que está em um local alugado. Isso é uma economia para os cofres públicos”, pontuou, lembrando que uma estrutura como a Arena Pantanal precisa estar em constante utilização, em decorrência de sua manutenção. O Estado também vai analisar a viabilidade de transformar uma das alas do estádio em um Centro de Eventos. Segundo Mauro, estas são alternativas que estão sendo estudadas.
"Nós alugamos durante o ano todo espaços em dezenas de situações. Se for viável, nós queremos fazer aqui um bom espaço para ser ocupado com os eventos do governo”, disse, frisando que tudo será pensado para que a Arena continue com sua estrutura voltada também para atender aos jogos de futebol.
“Vamos criar formas de fazer isso aqui um espaço continuado de espaço cultura e lazer”, ressaltou. Em conversa com os alunos e profissionais da educação da Escola Arena Pantanal, o governador destacou a importância da unidade escolar. Ele também frisou a oportunidade dos alunos em estudar em um ambiente que propicia o ensino e também a prática esportiva. “A escola é uma iniciativa importante que será mantida, ampliada e melhorada”, destacou.